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Gleisson Brito

Espécie Humana: Um conceito necessário.

"Quizá ha llegado la hora de que el espíritu hable por otra cosa más significativa que la raza." Carlos López Beltrán


É necessário difundir o conceito de Espécie Humana, e esclarecer a inexistência de fundamento biológico para a criação de subdivisões raciais.


Já abordamos neste blog a questão do conceito de raça humana, como, por exemplo, nos textos:


A tentação separatista. Um equívoco antigo para fenômenos modernos.


Unidade e Diversidade Humana.


A variação da cor da pele humana.


A vitória depende da “raça” do atleta?


Conforme tratado nos links acima, os dados oriundos da genética de populações e dos estudos em antropologia biológica evidenciam a não existência de fundamentos biológicos para a subdivisão da humanidade em grupos racialmente definidos. No entanto, a classificação racial está intrincadamente associada à história humana, e desmontar o edifício cultural que foi construído sobre pilares pseudocientíficos não é uma tarefa fácil, muito menos de curto prazo. Como afirma Jonatham Marks, em seu livro What it Means to be 98% Chimpanzee:


“Explicar que as categorias raciais não têm validade biológica pode ser um desafio tão difícil quanto deve ter sido, no século dezessete, explicar que a terra gira em torno do sol, uma vez que todos podiam ver claramente o sol nascer, percorrer um caminho através do céu, e se por no horizonte oposto. Como algo que parece tão óbvio pode ser negado?”


Já em 1350 os antigos egípcios classificavam os humanos em relação à sua cor de pele, denominando amarelos os povos do leste, brancos os povos do norte, e pretos os povos da África Subsaariana.


A exploração do novo mundo levou, posteriormente, a uma percepção mais ampla da diversidade humana, e os homens de ciência não resistiram à tentação de criar um sistema classificatório com fundamento biológico, a fim subdividir espécie humana.


Estas classificações vieram carregadas com conceitos de hierarquia entre as supostas raças humanas, e orientaram o modelo tipológico de classificação, vigente durante os séculos XVIII, XIX e início do XX. Adicionalmente, o chamado racismo científico tentou dar ares de conhecimento verificável e reprodutível à hierarquização de grupos humanos definidos por critérios biológicos e, somado à abordagem eugênica de Francis Galton e ao Darwinismo Social de Herbert Spencer, teve por consequência o estabelecimento de profundas raízes do conceito de raças humanas no imaginário popular. Além, evidentemente, de ter afetado substancialmente a dinâmica social em diversas culturas.


A preocupação com a difusão equivocada do conceito biológico de raça humana tem levado cientistas das mais diversas áreas do conhecimento a questionar a continuidade do uso deste vocábulo, que permanece frequentemente utilizado em alguns meios acadêmicos. Ver, por exemplo: Taking race out of human genetics.

Uma das primeiras dificuldades em estabelecer um critério biológico para criar um agrupamento racial é justamente a definição do próprio critério. As pessoas comumente se referem à raça utilizando este vocábulo em substituição à origem geográfica, como, por exemplo, os termos Africanos, Asiáticos, Europeus, Americanos, Latinos, etc. Outras vezes, classifica-se tomando por base determinadas características físicas, principalmente aquelas mais superficiais, como tipo de cabelo, cor da pele, forma do nariz. O termo aparece ainda como sinônimo de referência à ancestralidade, ou pertencimento a algum grupo com relações ditas “de sangue”. Independentemente dos critérios adotados para tentar racializar a espécie humana, a história está repleta de exemplos de como esta prática acarretou resultados nocivos a comunidades inteiras, identificadas com algum tipo de adjetivação pejorativa, associada a supostas premissas biológicas reais.


A diversidade biológica humana é evidente, e a negação do conceito biológico de raça nada tem a ver com supressão da existência de diferenças biológicas entre humanos. Muito menos tem relação com abandonar o estudo da diversidade humana e de suas causas. Como diz o geneticista brasileiro Sérgio Danilo Pena: "Nesta época atual de conflitos de civilizações e recrudescimento de ódio étnico e racismo, precisamos esquecer as diferenças superficiais de cor entre os grupos continentais (vulgos “raças”) e por trás da enorme diversidade humana distinguir uma espécie única composta de indivíduos igualmente diferentes e irmãos. Color est e pluribus unus.


Para aprofundar o tema, transcrevo abaixo o excelente texto “Para una crítica de la noción de raza”, de autoria de Carlos López Beltrán, professor vinculado ao Instituto de Investigaciones Filosóficas, da Universidade Nacional Autônoma de México. Originalmente publicado na Revista de Cultura Científica, da Facultad de Ciencias. O texto está dividido em cinco partes que, de modo resumido, abordam os seguintes temas:


Parte I: Desde uma perspectiva histórica, o autor aborda o desenvolvimento do conceito de raça humana, passando pelo seu vínculo com família, casta ou grupo consanguíneo, pelo pensamento tipológico do século 19, o monogenismo e o poligenismo. O autor argumenta que, inicialmente, não eram as características físicas que determinavam o pertencimento à uma raça, mas sim o parentesco. E navega ainda por questões de caráter etimológico referentes ao vocábulo.


Parte II: Introduz alguns dos argumentos favoráveis e contrários a manutenção do termo raça no vocabulário biológico.


Parte III: Aprofunda questões relacionadas à tensão entre ciência e ideologia, bem como apresenta sua crítica aos aspectos biológicos utilizados para definir agrupamentos raciais humanos.


Parte IV: Aborda a questão da variabilidade biológica humana desde uma perspectiva populacional, ressaltando o caráter clinal, e não discreto, da variação. Aponta para a importante verificação que a variação biológica se dá, em sua maior parte, no nível superficial, no que tange a variação morfológica, e que grande parte desta variação é decorrente de adaptação ao ambiente imediato.


Parte V: Discorre com mais profundidade sobre a eliminação do termo raça humana do vocabulário biológico, embasando seus argumentos nos critérios biológicos utilizados para o estabelecimento de agrupamentos humanos. Observa que a genética de populações apresenta uma direção clara no sentido do abandono do conceito, e mesmo da palavra raça.


Para una crítica de la noción de raza


I

Raza es una de las palabras más difíciles de criticar, no sólo en el idioma castellano sino en casi todas las lenguas occidentales. Ha echado raíces profundas en ellas y es innegable que ha conformado la manera cómo vemos a los demás y somos vistos. A principios del siglo xviii el famoso médico Boerhaave escribía (siguiendo en esto a algún autor de la antigüedad clásica) que en la historia de la humanidad más personas han muerto debido a la mala clasificación (y por tanto mala cura) de enfermedades, que todas las que han caído en los campos de batalla. Un efecto similar —podría afirmarse— ocurre cuando se acude al concepto de raza para clasificar a los seres humanos: engendra tales prejuicios y malos entendidos que tiene el efecto de cegar a sus usuarios.


La noción de raza está vinculada históricamente a la de estirpe, pues se confunde con la genealogía y el origen histórico y biológico de los seres. Remite a sus “lazos de sangre” que hoy día se han convertido en sus vínculos de genes. El pensamiento llamado tipológico (o esencialista) hasta el siglo xix solía ligar pertenencia a familia, tribu, grupo y nación con un sustrato material, transmitido de generación en generación a través de la sangre y reflejado en los rasgos físicos y morales de las personas y colectividades. De ahí surgen, por un lado, la idea de pureza de raza y, por el otro, la idea complementaria de hibridación o mestizaje. La mezcla de razas ha sido vista alternativamente como algo nocivo o deseable, según tiempo y lugar, pero parece llevar siempre implícito el ir contra una tendencia “natural”, el romper un orden preestablecido (Tomaré a una mujer salvaje, hará a mi raza morena y rara, escribió Tennnyson).


En los diccionarios etimológicos encontramos desacuerdo sobre la manera en la que se incorporó la palabra raza a las lenguas romances. Una versión nos habla de la incorporación al francés, a fines del siglo xv, de razza, una forma poslatina, meridional, del italiano que se refería a una “especie o grupo de gentes”, o del provenzal antiguo rassa, que indica una “banda de individuos que se organizan; un complot o conjura”. Otra versión hace de raza una deformación del latín ratio (cálculo). Paradójico sería que fuese pariente cercana de razón. Una tercera historia es que proviene del latín generatio, pasando por formas intermedias como generace o naraccia (en el veneciano), para referirse a una familia o banda de gentes al servicio de alguien. Esta asociación con familia, casta, grupo consanguíneo, se refuerza durante los siglos xvi al xviii.


En la Enciclopedia de Diderot y d’Alembert se asocia la palabra raza con la ciencia de la genealogía. Sinónimo de extracción, línea, linaje. “Lo que se dice tanto de los ascendientes como de los descendientes de una misma familia: cuando se trata de una familia noble, la palabra es sinónima de nacimiento”. Un segundo y notable sentido de raza en esa obra es el de “especies particulares de algunos animales”. Este doble alcance, hacia la genealogía humana y hacia la tipología animal, habría de fusionarse poco después con la “cientifización” del término.


Raza ha estado así teñida por la connotación genealógica, que pide que los miembros de una raza pertenezcan a un mismo árbol de descendencia, sean de la misma familia, casta o linaje. No eran rasgos físicos en un principio los que determinaban la pertenencia a la raza, sino los parentescos. Debido, claro, a la vieja observación de que lo similar engendra lo similar es posible que muy pronto la palabra raza se asociara con similitudes físicas. Lo importante a destacar es que desde su introducción en idiomas como el francés, el inglés o el español, raza fue siendo usada cada vez con mayor frecuencia en sentido peyorativo (para denostar a los otros, los extranjeros, los diferentes) que en un sentido positivo (para elogiar la procedencia familiar o tribal de alguien) o neutro. “Ningún cuerdo quiere muger con raza de judía ni de marrana”, se dijo en España en el siglo xvi.


La utilización del mismo vocablo por los estudiosos de los seres vivos que, desde Linneo en adelante, intentaban encontrar clasificaciones naturales para la diversidad animal y vegetal, ayudó a extender el uso de raza, y a producir la confusión. Podríamos decir que la construcción en el siglo xviii de un poderoso sentido científico en torno al término raza se conjugó con los prejuicios originales que ya acarreaba éste para darles una apariencia de objetividad a las diferencias genealógicas. Eso se debió en parte a que aun dentro del espacio científico, raza se siguió usando con bastante ligereza y vaguedad (lo mismo para referir variedades geográficas naturales, que linajes o pedigríes de ciertos animales domésticos). Los problemas clásicos de la taxonomía y la historia natural (¿cuándo una variedad es tan diferente como para ser considerada otra especie?) se complicaron cuando, después de Darwin, se estableció que finalmente el único criterio real de unidad de un grupo biológico a que podemos aspirar es genealógico: la ascendencia (o descendencia) común.


Para mediados del siglo xix la situación respecto a las llamadas razas humanas estaba bastante embrollada. Décadas atrás, en aquel viejo e imperial continente, bajo el celo clasificatorio ilustrado de varios autores, como Blumenbach, Buffon o Kant, se había decidido que existen cinco tipos humanos básicos (y no dos o dieciséis), cada uno con su lista muy peculiar de características físicas, intelectuales y morales, de las cuales (¡sorpresa!) la “raza caucásica” era la más perfecta. Las otras, en su versión geográfica, eran: la asiática, la americana, la africana y la malaya. Al mismo tiempo, la palabra raza se siguió usando para referir otro tipo de grupos humanos, por ejemplo aquellos con historias nomádicas y tradiciones endogámicas (que suelen inducir gran rechazo y recelo) como los gitanos o los judíos, o la de pueblos que se dispersaron dejando islas de su influencia cultural en muchos sitios, como los celtas o los árabes.


Uno de los efectos profundos de la “cientifización” de las razas humanas fue la tipologización de las mismas, que con el espíritu clasificatorio y esencialista bajo el que se hizo implicaba que a cada una correspondía un conjunto bien atado, indivisible, de rasgos. Quizá una de las discusiones más cargadas de ideología en la historia de la ciencia sea aquella que se dio durante las décadas decimonónicas sobre la genealogía humana. El poligenismo contra el monogenismo. La primera posición hacía de las razas humanas cinco especies biológicas distintas, sin ancestros comunes; cada una producto de un acto de creación independiente. Por su parte, los monogenistas defendían, unos con bases bíblicas, otros con científicas, la idea de que los humanos venimos todos de ancestros comunes, esto es, que somos de la misma especie. Fue sin duda una gran fortuna para el género humano que los segundos hayan tenido los hechos de su lado, pues bastantes atrocidades ya han cometido nuestros congéneres basados en la repulsión hacia lo diferente. Pero la lengua no ha tenido tiempo (ni deseos) de ponerse al día. Una herencia de la disputa sobre el origen y la importancia de las razas para el conocimiento científico de los seres humanos es que esta palabra, raza, ha quedado impregnada de un sentido que insiste en la diferencia, de un modo esencialista y determinista. Se tiende a pensar que la pertenencia a un grupo racial es algo fundamental, biológicamente y espiritualmente, que hace a la persona ser lo que es.


II

Desde hace varias décadas ha crecido el número de voces que insisten en que habría que eliminar por completo el vocablo raza del lenguaje. En el habla cotidiana —se afirma— es una aglutinadora y transportadora de prejuicios xenófobos, y en el ámbito científico “el término raza ha sido tan sobrecargado de significaciones superfluas y contradictorias, conceptos erróneos y reacciones emocionales que ha perdido casi por completo su utilidad” (palabras de J. P. Scott). Pero no ha faltado por otro lado quien, como Buettner-Janusch, abogue por la preservación del término, afirmando que “aquellos que sostienen que las razas no existen están exasperados por la inadecuación e inconsistencia de las clasificaciones publicadas, por los males de la intolerancia y por lo aburrido de la mayoría de los escritos acerca de la raza. Sus corazones se hallan en un lugar idóneo, sus cabezas, no […] raza es un término perfectamente útil y válido […] es una comunidad reproductora de individuos que comparten una misma dotación de genes”.


La posibilidad, o imposibilidad, de establecer la existencia de grupos raciales atendiendo a las características genéticas, y dejando de lado la pura superficilidad de algunos rasgos fenotípicos, se halla así en el centro de la disputa científica actual, y a mi ver inclina la balanza contra el uso del término raza.


Aclaremos: la discusión contemporánea en torno a las razas humanas toma dos formas. Un debate científico, en el que participan principalmente antropólogos, genetistas de poblaciones, demógrafos y algunos observadores cercanos de la ciencia. Otro debate popular, abierto, sobre si sigue cumpliendo algún fin la clasificación de los humanos en razas, y sobre si está de algún modo presupuesta en el esquema clasificatorio mismo la jerarquización racista de los grupos humanos. No está claro cómo están vinculados ambos debates, pero pareciera que del desenlace del primero dependerá la fuerza que en lo sucesivo tendrán los argumentos de los bandos enfrentados en el segundo. Es decir, si los científicos llegasen a concluir que no hay ninguna realidad objetiva que pueda ser capturada con una división de la especie humana en variedades o subespecies geográficas-genealógicas que puedan agruparse en el esquema racial, entonces quienes se oponen a que tales distinciones se sigan haciendo en el habla común, sobre todo por sus estelas racistas, verán reforzada su posición. Y si el consenso científico se inclinase hacia conservar la racimación racial, el bando que apela al “sentido común” heredado obtendría los bonos. Es por lo mismo importante evaluar el estado de la discusión entre los científicos.


III

La disputa en las comunidades científicas se despliega en torno a la pregunta de si tiene sentido o no seguir conservando la clasificación racial para Homo sapiens. Con la reformulación de la noción de evolución biológica en términos de cambio de frecuencias génicas en poblaciones, y con la exploración por la biología molecular de los polimorfismos en las poblaciones humanas, se reformula también la idea de que existen grupos humanos genealógicamente establecidos e identificables por las divergencias genotípicas y fenotípicas acumuladas durante los periodos de aislamiento geográfico entre los grupos, debido a un proceso evolutivo de divergencia que dio origen a lo que pueden considerarse subespecies o razas.


La pregunta es si existen subespecies (razas) descriptibles por cúmulos de rasgos (genes y su expresión fenotípica) estables, típicos, constantes, de modo que, dejando de lado híbridos incómodos, a cada individuo corresponda uno y sólo un sitio en la clasificación. O, en términos actuales, si la divergencia histórica logró constituir conglomerados discretos de genes típicos, asociados a las poblaciones que estuvieron geográficamente aisladas durante los siglos de la prehistoria.


Otra manera de formular la pregunta es resolver si raza es, digamos, como “volcán”, una palabra que puede indicar y separar con relativa verdad una clase de cosas o de sucesos, y se refiere a aspectos que encuentran su apoyo en la manera como el mundo está de hecho armado, o si por el contrario el uso de raza se parece cada día más al que hacemos de “humor” o de “temperamento”, que son residuos de viejas clasificaciones médicas, otrora objetivas, y que nos siguen sirviendo como modos de significar ciertas apariencias superficiales (que las antiguas teorías tomaron durante un tiempo como esenciales) pero que han perdido por completo su agarre referencial con el mundo, al haberse mostrado como ilusorias sus premisas teóricas. La ciencia podría así decidir si raza es sólo una reliquia lingüística. Restaría la pregunta de si la queremos conservar.


Desde la década de los cincuentas del siglo xx podemos encontrar tanto a científicos que defienden como a otros que atacan el uso de raza. Es claro que la incomodidad ética respecto a la noción esencialista de raza se extendió rápidamente después del nazismo y sus devastaciones. Un argumento que se usó en aquellos años fue que las condiciones que privaban durante el periodo de formación de las razas humanas (pequeñas poblaciones prehistóricas separadas geográfica y genéticamente y sometidas a presiones de selección particulares vinculadas a ciertos ambientes) dejaron de prevalecer con el paso de los siglos, y que con la situación actual de migraciones y mestizaje ha perdido el sentido hablar de razas.


En 1962 S. L. Washburn se quejaba de que la “discusión de la raza parece engendrar discusiones y confusiones sin fin”. Para criticar a las “personas [que] piensan que las nuevas condiciones —de la especie humana— son tan diferentes que resulta mejor ya no utilizar la palabra raza ni la palabra evolución”, pues creía que “esto confunde más de lo que aclara”, ya que “la evolución no se ha detenido puesto que las nuevas condiciones cambiarán las frecuencias génicas” aunque “las condiciones que produjeron las viejas razas se han ido”. Para Washburn entonces la actitud correcta a adoptar es reconocer que nuestro pasado produjo inicios de divergencia biológica en nuestra especie que dieron como resultado los conglomerados de rasgos adaptativos distintos que caracterizan a los humanos con orígenes geográficos varios (típicamente africano, asiático, europeo, americano o australiano). Que para nuestra fortuna la divergencia no alcanzó a producir disrupciones en el proceso de fecundación y desarrollo de modo que toda la especie humana sigue siendo 100% interfecunda y fértil (lo cual posibilita la proliferación actual de mestizajes). Que no conviene negar la existencia de las razas (ya que es un hecho histórico y biológico, y ayuda a conocer la variación entre los hombres de, por ejemplo, proclividad a ciertas enfermedades, o adaptación superior a ciertos ambientes). Que lo más importante es saldar las diferencias externas entre los hombres, económicas y políticas, que son el verdadero origen de guerras y xenofobias.


Esta percepción de que negar la existencia de las razas es caer en una distorsión ideológica de signo inverso al racismo, en la que por pruritos éticos o de otra índole se ignoran los hechos, es común. Esta subordinación de la ciencia a la visión política o social, se arguye, es muy peligrosa, debido a que se pierde el asidero de la objetividad, y se cae en el territorio donde terminan dominando los sectores que usan la demagogia y no la razón, como lo hacen los racistas mismos. El lenguaje en el que Washburn planteó el problema se ha vuelto, sin embargo, un tanto obsoleto.


Dejando de lado la corrección política, ha sido el avance en el conocimiento de la variación genética en poblaciones humanas lo que ha inestabilizado más la noción de raza. La redefinición de población en términos de acervo genético compartido por organismos de la misma especie y geográficamente cercanos (de modo que sea factible que compartan descendencia próxima) desvió abiertamente la atención de los rasgos fenotípicos notorios que habían sido el fundamento decimonónico de la división racial. Bajo esa descripción, de comunidad reproductora y su peculiar coctel de diferentes genes, la discusión se vuelve en torno a si, de hecho, en las poblaciones humanas concretas encontramos discontinuidades, distancias genéticas y agrupamientos de genes que señalen la existencia clara de variedades biológicas discretas en nuestra especie.


Así, en las décadas de mediados del siglo xx, con la idea de que una raza es una población reproductora local, se intentó enterrar la noción esencialista. Raza devino un término taxonómico dirigido a agrupaciones dentro de una especie, de mayor generalidad que la población local. Se afirmó que lo que define a las razas es la diferencia en la frecuencia de algunos genes. La cuestión a aclarar, en todas las especies, pero crucialmente en el caso humano, no fue ya si existe variabilidad genética asociada a la distribución geográfica, sino si esa variabilidad se acumula y agrupa, conformando bolsas o cúmulos discretos que puedan delimitar una subespecie o raza.


En 1953 Wilson y Brown hicieron la propuesta de desechar el concepto de subespecie de la biología, pues, según ellos, los hechos lo invalidaban. La variación local entre poblaciones locales, alegaron, es discordante. Es decir, que los distintos caracteres que difieren entre poblaciones cercanas no lo hacen de una manera correlacionada, salvo en situaciones muy especiales. Así, si “se usa un solo carácter genético es posible dividir a una especie en subespecies de acuerdo a cómo varía dicho carácter. Si se usan dos caracteres puede seguir siendo posible hacerlo, pero se tendrán algunas ‘poblaciones problema’ que un antropólogo llamará compuestas o mixtas. A medida que incorporamos más caracteres al análisis se va haciendo cada vez más imposible determinar ‘cuáles son las verdaderas razas’”.


En los años sesentas hubo intentos de resolver los dilemas de la visión neodarwinista en torno a raza. Se argumentó que la variación genética y su distribución respaldaban la objetividad de la idea de subpoblaciones raciales. Es ése el contexto de la afirmación citada de Buettner-Janusch: “raza es un término perfectamente útil y válido” que sigue diciendo “es una comunidad reproductora de individuos que comparten una misma dotación de genes. El nivel en que se defina la comunidad reproductora depende del problema que a uno le interesa investigar. No hay un nivel absoluto, definitivo o “verdadero” en el que se definan estas comunidades “reproductoras”. Es una visión relativista y pragmática la que ahí se defiende. Las poblaciones biológicas permiten, para ciertos fines particulares, ésta o aquella división subespecífica, y es útil y hasta necesario hacerla, siempre y cuando no la queramos generalizar y sacar del contexto de investigación específico.


El célebre genetista T. Dobzhansky defendió una posición similar. El concepto de raza, afirmó, tiene dos aspectos. Por un lado es una categoría de clasificación y por el otro es un fenómeno biológico. “La clasificación es una necesidad […] Hay más de tres billones de personas en el mundo hoy, y nadie puede conocer a todas individualmente; es necesario agruparlas, clasificarlas, denominarlas. Si las razas no existieran habrían tenido que ser inventadas”. Dado que existen, este autor pensaba, nuestra tarea es entender qué son. Partiendo de que hay diferencias genéticas entre dos individuos cualesquiera (exceptuando gemelos univitelinos), Dobzhansky afirma que bajo el enfoque poblacional neodarwinista “las diferencias raciales son diferencias genéticas entre poblaciones mendelianas, no entre personas. Y sin embargo las razas difieren en los mismo rasgos que difieren las personas”.


Dado que entre cualesquiera dos poblaciones humanas encontraremos siempre algún grado de diferencia en las frecuencias génicas, habrá siempre la posibilidad de distinguirlas y nombrarlas distinto. Si esto resulta conveniente (si por ejemplo coincide con una división histórica o etnológica) no hay razón para no darle nombre a esa diferencia. Raza es tan bueno como cualquier otro, con la ventaja de que es el nombre usado y entendido por todos. El único peligro —piensa Dobzhansky— es asociar al nombre un pensamiento tipológico (esencialista), que ignore el carácter estadístico de la realidad racial, y el carácter convencional de la estipulación. Para él, las razas difieren entre sí más respecto a la frecuencia de algunos genes, que debido que ciertos genes estén presentes en todos los individuos de una de ellas y ausentes en los de otra. Esto, dice Dobzhansky “desautoriza la concepción tipológica”. Pero “también desautoriza a ciertos autores modernos, quienes pretenden que, dado que las razas no son cajones herméticos, no existen”. Esta última y caprichosa propuesta, piensa nuestro autor, necesita como antagonista la noción caduca de raza para ser adecuada. Pienso que, con todo, no deja de haber una apelación al “sentido común” en Dobzhansky: puesto que los habitantes de distintos países son diferentes las razas existen; su utilidad es respaldar lo preconcebido.


Es importante notar que no todos aceptan la redescripción del problema de la raza en términos neodarwinistas. El imperativo clasificatorio ha sido defendido de una u otra manera, por encima del puro esquema genético, por algunos antropólogos y biólogos con intenciones a menudo bastante ladinas. La idea es que independientemente de las frecuencias génicas, que sin duda son el sustrato de la variación entre las poblaciones humanas, hay un subconjunto especial de rasgos adaptativos, morfológicos, fisiológicos y conductuales que distinguen nítidamente a los subgrupos que requieren el estudio especializado de las razas humanas. Los científicos contemporáneos que se siguen abocando a esta tarea típicamente correlacionan propiedades varias (cuya elección misma, creo, es criticable dada su inexplicable sesgo descalificador de uno u otro grupo) con la pertenencia a supuestos grupos raciales. El ejemplo más notable y controvertido es el del coeficiente intelectual (iq). Otros menos conocidos son la tendencia a la poligamia, a la violencia sexual, a tener partos múltiples, concentración de testosterona en los varones, etcétera. Otro tipo de estudios, sólo un poco menos dudosos, tienen como objetivo utilizar las divisiones raciales para conocer la distribución en éstas de predisposiciones, genéticas o de otra índole, a ciertas enfermedades.


IV

La decisión de cómo entender la variación genética en poblaciones humanas, aunque no pueda obligar a que todos se alineen (es decir aunque deje abierto el terreno para que alguno decida enfocar su atención sobre subconjuntos de caracteres y arbitrariamente decida basar su clasificación racial en ellos) es importante porque al menos puede darnos un marco de referencia para mostrar el nivel de absurdo, o de prudencia, que tienen los estudios focales.


Frank B. Livingstone propone que la manera de entender la variación en poblaciones humanas es cambiar la noción de raza geográfica por el concepto propuesto por Ernst Mayr de clina, que resulta adecuado para modelar la forma en la que se comporta la variación genética entre las poblaciones humanas. La idea central es que la variación génica no se agruma en paquetes discretos (candidatos a llamarse razas), sino que se dispersa como un gradiente en el que definir una frontera es siempre una arbitrariedad. La noción de subespecie tiene, Mayr reconoce, utilidad taxonómica, pero normalmente se trata de una apariencia que no responde a ningún sustrato biológico real, y de ningún modo puede considerarse, como lo hacen algunos, una unidad de evolución. Una población subespecífica es parte de una clina cuando forma parte de un gradiente que la vincula con una o varias otras poblaciones cercanas. Livingstone concluye que la mayor parte de la variación genética entre las poblaciones humanas puede describirse y explicarse sin utilizar el concepto de raza, ni algún sucedáneo de éste que aluda a discontinuidades claras. “La variabilidad en la frecuencia de cualquier gene puede graficarse de la misma manera en la que la temperatura es graficada sobre un mapa de climas, y esta descripción de la variabilidad genética puede describirla toda y no presupone ninguna explicación”.


Recientemente, los estudios de la historia genética de las poblaciones humanas, basados en exhaustivas mediciones de las distancias genéticas, de Luigi Luca Cavalli-Sforza y varios otros, han dado un contundente respaldo a la posición de Livingstone. Basadas en una investigación a nivel planetario de la manera en la que varían las frecuencias de genes con relación a la geografía y a la historia de los movimientos migratorios de las poblaciones, Cavalli-Sforza y sus colaboradores han hecho ver que la idea de definir grupos geográfica y genéticamente separados, así sea convencionalmente, comienza a rayar en el absurdo. Contra lo que Dobzhansky creía, no es posible en la mayoría de los casos tener casos claros en los que se justifique el establecimiento de nombres, de definiciones basadas en frecuencias genéticas. Suponiendo que una raza la conformen un grupo de individuos cuya suma de características nos permita reconocerlos como biológicamente distintos a los demás, dicha diferencia debe demostrarse estadísticamente, sobre todo respecto a las poblaciones cercanas. Dado que lo que se encuentra siempre son continuidades de variación de frecuencias, que se dan a distintas “velocidades” en distintos tipos de genes (v. gr. los genes neutros difieren de los genes sujetos a algún tipo de selección), y de diferente manera en distintas direcciones, resulta arbitrario fijar un criterio estadístico de cuándo se ha acumulado suficiente variación para decir que ya se trata de otra raza. Al hacerlo tendremos siempre situaciones absurdas, como que habrá más variedad genética entre dos individuos de la misma raza que entre dos de razas distintas, y tendremos poblaciones vecinas, las de Perote y Jalapa, por ejemplo, que “se enterarían con sorpresa que pertenecen a distintas razas”. Sin duda, nos dice Cavalli-Sforza, las barreras geográficas han dejado huellas en las frecuencias genéticas, al frenar la migración y difusión de genes en ciertas direcciones, pero jamás han sido completamente impenetrables (y menos en tiempos modernos), de modo que las migraciones siempre han terminado por establecer continuidades casi perfectas. Contrario a lo que sucede en otras especies, en las que hay subespecies biológicas que sí se aíslan en términos reproductivos, la fecundidad entre los seres humanos de todos los grupos fue siempre completa. Para Cavalli-Sforza, un reconocimiento importante para esclarecer la discusión en torno a las razas es el de que las diferencias morfológicas que dieron origen en los siglos pasados a las clasificaciones raciales esencialistas se debieron históricamente a adaptaciones epidérmicas (en sentido literal y metafórico) a distintas situaciones climáticas. “Los caracteres de adaptación climática son, típicamente, caracteres de la superficie corporal”, casi como tautología “la superficie del cuerpo es muy visible” y sus características pueden provocar en nosotros impresiones duraderas. Sobre todo si se trata de la percepción de diferencias, de extrañamientos. “El error consiste en hacerlas extensivas a todos los demás caracteres”. La inmensa mayoría de los caracteres humanos son invisibles, y sólo definibles y demarcables a través de estudios biológicos, fisiológicos o moleculares. Las adaptaciones locales, climáticas, de salud, nutricionales, etcétera, tienen una importancia relativa al conjunto de todo los genes, así como relativa a todas las funciones fisiológicas y sicológicas humanas, tan menor que apenas pueden considerarse como un accidente. Adaptaciones que además han perdido completamente significación en las nuevas condiciones demográficas y sociales de la especie.


A mi entender, el problema básico no está en la decisión de si estudiar en el nivel genético, u otro, las características de las poblaciones humanas, sino en si hemos de invocar el espectro de la noción de raza. Pero debemos tener claro que una parte importante de la confusión actual deriva de que mientras algunos biólogos y antropólogos han dejado completamente atrás la vieja imagen de las cinco razas fenotípicamente distantes, y trabajan en un mundo donde lo que hay que atender sobre todo es a la distribuciones de frecuencias génicas (cuya dinámica de cambio puede además modelarse matemáticamente), hay todavía demasiados científicos interesados en privilegiar la superficie fenotípica y en usarla como fuente de criterios clasificatorios, que de ese modo siguen abierta o implícitamente afectados por las nociones heredadas, esencialistas, de raza.


Es una inferencia bastante lamentable en su llana calidad lógica la de pasar de unos cuantos rasgos llamativos al establecimiento de estancos definitivos que quieren capturar todos los rasgos de una persona bajo su pertenencia a una raza. Se necesita, entre otras cosas, el lubricante de una pasión xenofóbica o racista para que pésimas inferencias como ésas asuman la apariencia de obviedad que para algunos tienen. Bajo una perspectiva así resulta injustificado seguir manteniendo con algún grado de seriedad investigaciones con pretensiones científicas basadas en correlaciones entre grupos de rasgos y pretendidas razas humanas. Lo único a lo que contribuyen es a aumentar la confusión y el prejuicio.


V

¿Debemos eliminar el uso de la palabra raza? Paul T. Baker piensa que no nos toca decidirlo. “Las razas, escribe, no tienen más o menos realidad que las sillas, puesto que ambas son entidades informativas humanas que persistirán lingüística y conceptualmente en tanto sirvan a los propósitos de quienes las utilizan”. Pero podemos cuestionar dichas intenciones, y con ello la pretendida objetividad a la que conducen. En la biología, salvo las categorías taxonómicas con objetos bien definibles, como phylum, especie, y por supuesto individuo, todas las demás son claramente arbitrarias y dependen de convenciones revocables. Sobre todo aquellas, como subespecie, variedad o raza, que están por debajo del nivel de especie y por encima del de individuo.


Los heterogéneos agrupamientos de caracteres, en grupos de individuos relativamente aislados, que dan origen a las llamadas variedades geográficas, parecen ser superficiales e inestables comparados con los muchísimos y más determinantes rasgos que los miembros de una especie comparten. Las diferencias genéticas entre seres humanos clasificados como de “razas distintas” es por lo general del mismo orden de magnitud que las diferencias entre individuos de la misma raza. No hay discontinuidades abruptas. Por ende, la idea de que hay algo así como la raza a la que cada ser humano pertenece (o la cruza de razas, dada en partes proporcionales de sangre según los ancestros) carece de objetividad. Ése parece ser el consenso hacia el que se mueven los científicos. La reciente propuesta para cambiar la declaración de la unesco sobre las razas de la Asociación Americana de Antropólogos Físicos así lo muestra.


A pesar de que la genética de poblaciones nos indica una dirección clara: (el abandono del concepto y la palabra misma de raza), su dictamen no tiene por qué regir autoritariamente el uso en todos los contextos. El debate ético y político en torno al uso del vocablo tiene que seguir sus propias dinámicas. A pesar de lo dudoso que pueda ser, si alguno toma la decisión de privilegiar las diferencias superficiales en la morfología de los grupos humanos, ninguna norma legal deberá prohibirlo. Está claro que si los hablantes de nuestras lenguas deciden que les va bien seguir usando para algún fin las “diferencias” que demarcan las categorías raciales heredadas, lo harán. Se trataría entonces de convencerlos de su error. El debate se traslada así a la región menos objetiva y más controversial de los valores, la corrección o incorrección ética (que no política), y la sanidad en las relaciones entre los grupos humanos. Personalmente creo que el caso contra seguir usando raza es fuerte y debemos tratar de eliminar el vocablo.


Aunque claro que hay muchos usos menos problemáticos del término raza fuera del contexto humano (perros, conejos), y que también podría alegarse que muchos usos de raza en contextos humanos son inocuos y superficiales, el asunto se torna grave cuando se transporta el sentido de raza hacia el espacio donde se dirimen las identidades culturales, nacionales, tribales. Creo por eso que identificar una raza, con todas las connotaciones seudobiológicas y genealógicas, con una nación es un acto no sólo de ignorancia, sino que, en el sentido de Boerhaave, puede llegar a ser criminal.


Tengo la convicción de que el lema “Por mi raza hablará el espíritu” que utiliza la Universidad Nacional Autónoma de México desde hace décadas ha perdido su sentido; se ha vaciado. José Vasconcelos, su creador, vivió inmerso en una visión del mundo fosilizada, heredada del siglo xix, en la que hablar de la “raza cósmica”, o pergeñar el lema que se nos ha fosilizado en la unam resultaba “natural”. Es cierto que muchos de nuestros contemporáneos se resisten a salir de ese mundo en que un indio era un indio, y un blanco un blanco, y cada cual debía saber su sitio. Que es sin paradoja el mismo mundo donde la mezcla o mestizaje es un fenómeno biológico de una importancia fundamental, y hasta cósmica, que puede por sí mismo dirigir el curso de la historia. No debemos olvidar que ése es exactamente el mundo que da sentido al eugenismo, a las políticas de saneamiento étnico y tantas otras aberraciones. Quizá ha llegado la hora de que el espíritu hable por otra cosa más significativa que la raza.


Referencias bibliográficas


Cavalli-Sforza, Luigi Luca. 1997. Genes pueblos y lenguas. Crítica, Grijalbo Mondadori.


Harding, Sandra, comp. 1993. The “Racial” Economy of Science. Universidad de Indiana.


Marks, Jonathan. 1995. Human Biodiversity; Genes, Race and Enlightermentt. Blackwell.


Mead, M., T. Dobzhansky, E. Tobach y R. E. Light, comps. 1972. Ciencia y concepto de la raza. Fontanella.


Rushton, J. Phillipe. 1995. Race, Evolution and Behavior. Universidad de Western Ontario.


Carlos López Beltrán

Instituto de Investigaciones Filosóficas,

Universidad Nacional Autónoma de México.


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